DÉCADA DE 60... NO VELHO CAMPO DO CAPIM
|
Foto desenhada: JM |
Corriam os anos 60, eu era menino e me lembro com
saudade das tardes de domingo, quando as fazendas eram muito povoadas e
movimento era intenso. A grande maioria da população era rural e a vida no campo
era muito animada. Missas aos domingos, procissões e quermesses em determinadas
épocas do ano, campo de bocha lotado aos domingos pela manhã e o futebol nas tardes de
final de semana.
Haviam muitas equipes de futebol rural nessa época. Dentre as
quais ainda me lembro de algumas. O time do PACHU, Cachoeirinha,
Iracema, Suco, Nata, Reunidas, Fabro, Figueira, Galileia, entre outras. O campo
do Capim era improvisado numa área de pasto entre a colônia e um cafezal. E as
lembranças que ainda povoam minha imaginação trazem-me recordações de muitos
torneios de futebol. Muitas disputas e desavenças também. Ninguém queria perder
e, às vezes, sobrava até para os juízes (árbitros) que dirigiam as partidas.
Quase sempre o juiz era da localidade e daí ficava difícil a imparcialidade. Nem sempre
prevalecia. E as contendas eram inevitáveis. Vi muitas partidas nesse campo
entre os anos de 1966 a 1969. O time do PACHU tinha bons jogadores, tais como,
Nenê Valverde e Orlando Pachu ( no gol), Zé Carlos e Gilberto ( filhos do “seo”
Juca), o próprio "seo" Juca, Zé Balbino, Mazola, Furtuoso, Moacir Costa, Nelsão, Toinzinho, Tõe e
João ( filhos do “seo” Zé Furtuoso), Agenor Schivo entre outros.
|
J. Maurício |
No campo de futebol montavam-se o bar improvisado, com as
bebidas num tambor com pedras de gelo protegidas em casca de arroz para não
derreter. Vendiam doces, como paçocas e quebra-queixo, balas, aguardente, guaranás,
sorvetes. E os meninos dessa época aproveitavam um espaço improvisado para
jogar as peladas enquanto os adultos travavam verdadeiros “duelos” no campo. Ao
cair da tarde, quando voltávamos para casa atravessando as colônias, era comum
ouvir os rádios ligados e o famoso programa sertanejo “Na Beira Da Tuia” do
Tônico e Tinoco. Mas no campo, àqueles que levavam rádios era para ouvir as
transmissões radiofônicas dos jogos profissionais da época, dos grandes clubes,
na voz de memoráveis “speakers”, tais como Pedro Luís, Geraldo José de Almeida,
Fiori Gigliotti entre tantos outros narradores maravilhosos da época.. E do futebol de fazendas o que nos resta
no dias atuais são apenas as lembranças de uma época que se foi e deixou muita
saudade.
Redação de J. Maurício
"Se DEUS é por nós
quem será contra nós?!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário