sexta-feira, 22 de abril de 2022

 DÉCADA DE 60... NO VELHO CAMPO DO CAPIM       

Foto desenhada: JM
          Corriam os anos 60, eu era menino e me lembro com saudade das tardes de domingo, quando as fazendas eram muito povoadas e movimento era intenso. A grande maioria da população era rural e a vida no campo era muito animada. Missas aos domingos, procissões e quermesses em determinadas épocas do ano, campo de bocha lotado aos domingos pela manhã e o futebol nas tardes de final de semana.

          Haviam muitas equipes de futebol rural nessa época. Dentre as quais ainda me lembro de algumas.  O time do PACHU, Cachoeirinha, Iracema, Suco, Nata, Reunidas, Fabro, Figueira, Galileia, entre outras. O campo do Capim era improvisado numa área de pasto entre a colônia e um cafezal. E as lembranças que ainda povoam minha imaginação trazem-me recordações de muitos torneios de futebol. Muitas disputas e desavenças também. Ninguém queria perder e, às vezes, sobrava até para os juízes (árbitros) que dirigiam as partidas. Quase sempre o juiz era da localidade e daí ficava difícil a imparcialidade. Nem sempre prevalecia. E as contendas eram inevitáveis. Vi muitas partidas nesse campo entre os anos de 1966 a 1969. O time do PACHU tinha bons jogadores, tais como, Nenê Valverde e Orlando Pachu ( no gol), Zé Carlos e Gilberto ( filhos do “seo” Juca), o próprio "seo" Juca, Zé Balbino, Mazola, Furtuoso, Moacir Costa, Nelsão, Toinzinho, Tõe e João ( filhos do “seo” Zé Furtuoso), Agenor Schivo entre outros.         

J. Maurício
No campo de futebol montavam-se o bar improvisado, com as bebidas num tambor com pedras de gelo protegidas em casca de arroz para não derreter. Vendiam doces, como paçocas e quebra-queixo, balas, aguardente, guaranás, sorvetes. E os meninos dessa época aproveitavam um espaço improvisado para jogar as peladas enquanto os adultos travavam verdadeiros “duelos” no campo. Ao cair da tarde, quando voltávamos para casa atravessando as colônias, era comum ouvir os rádios ligados e o famoso programa sertanejo “Na Beira Da Tuia” do Tônico e Tinoco. Mas no campo, àqueles que levavam rádios era para ouvir as transmissões radiofônicas dos jogos profissionais da época, dos grandes clubes, na voz de memoráveis “speakers”, tais como Pedro Luís, Geraldo José de Almeida, Fiori Gigliotti entre tantos outros narradores maravilhosos da época.. E do futebol de fazendas o que nos resta no dias atuais são apenas as lembranças de uma época que se foi e deixou muita saudade. 

Redação de J. Maurício


"Se DEUS é por nós

quem será contra nós?!"



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