O VELHO CAMPO NO PACHU
A imagem é reminiscência do autor do
texto, desenhada e fotografada pelo próprio. |
Entre os anos de 1970/71, era inaugurado um novo campo de futebol na zona rural, lá na Ibiúna do Pachu. Assim, todo o movimento das tardes de domingo naquela vizinhança, que antes era na colônia e campo do “ Capinzinho “, na primeira metade da década de 70, passou a se concentrar no campo do Pachu. Ali vários torneios e jogos amistosos passaram a ser realizados. Era um tempo em que as fazendas e sítios tinham muitos moradores. E foi no saudoso “Capinzinho” e, depois, no Pachu, que despertou em garotos iguais a mim o interesse pelo futebol. Era uma época difícil. Para os meninos desse tempo ter uma bola era complicado. E quando tinha, então, tornava-se o dono do time. Na escola, jogávamos com bola de capotão furada e recheada de pano ou palha. Quando não, era bola de meia. As vezes, era bola de borracha ou laranja. E quase sempre descalço.
As tardes de domingo, daquela época, eram muito agitadas. E o futebol era a grande atração, a paixão dos homens desse tempo. Vivíamos o auge da emoção com a conquista do tricampeonato do mundo, no México. A televisão, embora já estivesse no Brasil desde a década de 50, ainda não era popular. Era um privilégio dos mais abastados. E as transmissões dos jogos, os grandes clássicos, não eram ao vivo. Eram mostrados apenas vídeo-tapes e tarde da noite. Assim, o grande veículo de comunicação era o rádio. Os rádios portáteis eram a grande novidade desse período. Eram fáceis de serem transportados e todos podiam ouvir. Jogava-se futebol e se informava, ao mesmo tempo, sobre os resultados dos jogos profissionais.
As equipes rurais mais conhecidas nesse período, na municipalidade de Severínia, eram a Reunidas, a Galileia, o Córrego do
Capim, a Cachoeirinha, o Suco, a Nata, a Figueira, a Mata da Chuva, o Fabro,
entre outras. O time do Pachu era mais
um dentre esses times. Ainda me lembro de alguns jogadores dessa época: Orlando Geada, Dão, Furtuoso, Mazola, Zé Luis Badaró, os irmãos Pedro e Tõe Furtuoso, Zé Balbino, Kardec, Côco
(Florindo) e João Furtuoso.
No tempo do campo do “Capim”, outros jogadores faziam parte desse time, tais como, Toinzinho, Nelsão, Moacir Costa, Zé Carlos e Gilberto (do “seu” Juca). Fica a lembrança e a saudade de um passado distante, onde a gente aproveitava para tomar tomar guaraná, sorvete e comer quebra-queixo. Claro, os adultos tinham também cerveja, pinga, conhaque entre outras bebidas vendidas no bar improvisado no campo. E o refrigerador era um latão de duzentos litros cheio de gelo com palha de arroz. Assim era o futebol rural que marcou época e deixou saudade.
Redação: J. Maurício |
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